Será que o paisagismo envelhece?

Será que o paisagismo envelhece?
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Durante a fase de colonização, além de plantas, muito herdamos do estilo europeu clássico de fazer jardins. Não somente a escolha de plantas. Afinal, o paisagismo sempre foi uma expressão de cultura e visão de mundo.
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Com o passar dos anos, o paisagismo brasileiro vem caminhando para uma identidade própria. No século XX, Burle Marx marcou o paisagismo brasileiro e mundial, com sua criatividade e postura modernista, “pintando” com as plantas. Usou plantas nativas até então nunca utilizadas no paisagismo e influenciou várias gerações de paisagistas.
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E, assim, nos nossos jardins passamos a ver uma mistura de influências: europeias clássicas, modernistas, naturalistas e tantas outras que a globalização favoreceu.
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No final do século XX, década de 80, as cidades crescendo, mais muros dividindo os espaços. A vida no campo foi ficando distante… E não é que bateu uma saudade?
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Em razão disso, o paisagismo começa a ter mais importância como fonte de bem-estar. Praças e parques ganham espaço no planejamento urbano. Jardins em fachadas das casas se transformam em sonho de consumo.
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Plantas estrangeiras seguem entrando no país em um mercado onde revistas especializadas ajudam a mostrar e formar tendências.
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Com ênfase em segurança e qualidade de vida empreendimentos são vendidos com grande apelo para as áreas de lazer privativas.
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E hoje? É perceptível que o paisagismo brasileiro vive um novo movimento na busca de mais identidade e profissionalização. Alguns pontos que destaco:
▪️Compreensão da importância do uso da flora nativa e da seleção mais criteriosa de plantas exóticas;

▪️Paisagismo visto como uma ferramenta para soluções de permeabilidade do solo e condução de águas da chuva;

▪️Visão do jardim com importância ecológica para todo ecossistema envolvido, não somente para o ser humano;

▪️Jardins funcionais e terapêuticos com uso de frutíferas, hortas, ervas medicinais;

▪️Integração do paisagismo com outras áreas na busca de soluções mais abrangentes para os espaços.
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Ah, então não temos mais que preocupar com a beleza ou o bem-estar? Claro que temos! O paisagismo envelhece e.… amadurece!

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